A problemática da habitação está intimamente ligada a outras questões, nomeadamente emprego, transportes, família, despesas… todas concorrem para definir o melhor local para morar.
No caso de economias abertas como a Portuguesa, a entrada de investidores estrangeiros, com maior capacidade de aquisição, podem desequilibrar o mercado habitacional, inflacionando os preços.
Igualmente políticas publicas podem dificultar ou facilitar a venda, construção ou arrendamento de habitações, quer impondo maiores entraves à nova construção quer aumentando a carga fiscal sobre os imóveis existentes.
a questão financeira
A política monetária do Banco Central é fundamental para estabelecer as condições de mercado de compra e venda.
O Banco Central Europeu (BCE), têm desde 2014, seguido uma política expansionista de moeda, à semelhança da sua congénere Norte Americana (FED)
Numa política de taxas de juro próximas de 0%, ou negativas, há uma expansão da moeda em circulação nas economias, permitindo aceder a uma maior variedade de fontes de financiamento, para empresas e para o cidadão.
Isto traduz-se na prática numa maior liberdade financeira das famílias, com mais facilidade no acesso a créditos ao consumo ou créditos à habitação, em suma a um maior endividamento da sociedade no geral.
O aumento de moeda em circulação é aliás diretamente proporcional ao aumento de divida, sendo a moeda e a divida, duas faces da mesma moeda.
Esta liquidez, a determinada altura, torna-se um problema maior do que os benefícios que apresenta, obrigando a uma mudança de política do Banco Central, que se traduz num aumento de taxas de juros, que encarecem o acesso ao crédito, nomeadamente pela banca comercial.
Nesta fase entra-se numa época de contração na política monetária, que é especialmente perniciosa, para quem possui créditos elevados, como o crédito a habitação.
parqueamento financeiro na habitação
Como investimento, o imobiliário apresenta alguns problemas, nomeadamente um imóvel é interessante, não para comprar e rentabilizar, através do arrendamento por exemplo, mas para conservar o valor e vender mais tarde.
O arrendamento, fica por isso relegado para um segundo plano, deixando de ser um investimento economicamente interessante, criando assim graves distorções no mercado da oferta e inflacionando preços.
O dilema da habitação
Como ativo seguro de investimento, o imobiliário deixa de desempenhar um papel social de habitação, criando um dilema aos governos de todos os países.
As políticas que possam alterar significativamente este cenários são difíceis de executar, e são seguramente com efeitos a longo prazo. A resposta parece ser, a curto prazo, o apoio a famílias e empresas em dificuldades.