O atual Presidente dos EUA chama-lhe “Ponto de Inflexão”, o Presidente da Republica Popular da China, Xi Jiping chama-lhe “Encruzilhada”.
um ocidente em transformação
A perda de influência do mundo ocidental em muitas partes do mundo, coincide com o aumento das dificuldades económicas, financeiras de muitos países, abraços com graves problemas sociais.
Novas relações de poder são assim estabelecidas, onde se assegura acesso a matérias primas, fontes de energia, rotas comerciais, parcerias militares e de defesa, com a emergência de novos atores mundiais.
Na Europa assistimos à reconfiguração de fronteiras com recurso à força, mais recentemente na Ucrânia e Nagorno-Karabakh; Em setembro de 2023, 120 pequenos barcos chegam à ilha Italiana de Lampedusa em menos de 24 horas, onde desembarcam largos milhares de migrantes, numa rota mortífera para cerca de 2000 pessoas que tentaram, até à data, atravessar o mediterrâneo.
um império em mudança
A 2 de agosto de 2023 o pais com a maior divida publica do mundo e simultaneamente das maiores potências globais, os Estados Unidos da América, viu o rating da sua divida publica sofrer uma depreciação de AAA para AA+ com prognóstico estável, segundo a Fitch Ratings;
Isto significa que os EUA veem subir o risco de incumprimento das suas obrigações financeiras para com os seus credores. Entre os maiores credores dos EUA estão o Japão e a Republica Popular da China.
Velhos atores na política internacional, ganham novos aliados, e antigos conflitos, mantidos relativamente adormecidos durante décadas, reemergem com novos níveis de violência.
a globalização
Num mundo profundamente ligado, quer economicamente quer culturalmente, onde pessoas e informação viajam de um lado para o outro, com poucas ou nenhumas limitações, o ressurgimento de grupos de interesse localizados regionalmente, ganham novos fôlegos e novos palcos.
Velhas linhas de fratura política tentam conquistar espaço, explorando fragilidades e algum abandono por parte dos interlocutores habituais, que na ausência de respostas para os problemas das populações, parecem escolher uma fuga para a frente.
o rasgar do contrato social
Populações inteiras, a quem o contrato social foi rasgado, viram a sua raiva e o seu ódio contra os lideres eleitos, optando por esquecer o seu próprio contributo para os problemas que enfrentam e na falta de ação individual para os resolver.
A falta de apoio da hierarquia em manter classes sociais satisfeitas, naquilo que consideram o justo rendimento do seu trabalho, ou o esvaziar de soluções de vida, têm o potencial de direcionar um ódio mortífero, contra quem veem ser um potencial “traidor” das suas legitimas aspirações;
Um tipo de toxidade e de ódio muito presente no dia a dia das sociedades desindustrializadas.